Neste Agosto Dourado, não podemos deixar de abordar os temas mais importantes do aleitamento materno, certo? Um deles, sem dúvida, é a amamentação prolongada, repleta de tabus e desinformação repassada por gerações.
Hoje estamos aqui para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto e te auxiliar a ver essa opção com novos olhos. Vamos nessa?
Quando a amamentação é considerada prolongada?
A amamentação é considerada prolongada quando ultrapassa o tempo padrão. Entretanto, nem sempre o tempo considerado padrão para o aleitamento é respeitado e incentivado pelos profissionais.
Afinal, as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS) e do Ministério da Saúde do Brasil deixam claro a importância da amamentação exclusiva até os seis meses e a complementar até os dois anos de vida.
E mesmo assim, não é difícil encontrar profissionais recomendando o desmame precoce após completar um ano.
É claro, o desmame deve ser natural e oportuno, ou seja, no momento adequado e propício tanto para a mãe quanto para o bebê. Só que a recomendação ainda prevalece. E é aí que os tabus começam.
Faz mal amamentar por muito tempo? Não!
Infelizmente muitas mães são bombardeadas de comentários negativos quando mantêm o aleitamento mesmo quando os pequenos já estão andando.
Seja por falta de conhecimento, preconceito ou olhar malicioso sobre esse ato tão bonito, essa continua sendo uma realidade das lactantes brasileiras.
E esses comentários têm embasamento? É realmente ruim amamentar por mais tempo que o “padrão”? Não!
A amamentação prolongada só se torna negativa quando deixa de ser natural, ou seja, quando começa a se tornar doloroso, exaustivo e mentalmente desgastante para a mãe ou para o filho (ou para os dois).
É importante entender que o leite materno consegue se adaptar às necessidades do neném, e garantir a nutrição completa junto de vários outros benefícios.
Outros casos incluem doenças infecciosas ou uso de remédios fortes, mas esses casos precisam de acompanhamento médico.
Inclusive, todo o discurso de que o aleitamento materno prolongado cria crianças mimadas e dependentes é mentira, afinal, esse resultado vem unicamente da criação aplicada no neném.
Em muitos casos as mães relatam que o aleitamento prolongado ajuda a desenvolver crianças mais independentes, justamente por esse vínculo e relação mútua entre ambos os lados.
Confira também: consultoria de amamentação, o que é e quando recorrer?
Qual o tempo máximo de amamentação?
Não existe uma data exata ou específica. Há crianças que mamam até os 5 anos e tudo bem, não faz mal. A decisão de seguir amamentando é completamente da mãe e da criança.
Quais as vantagens da amamentação prolongada?
Antes de começar a listar, vale lembrar que mesmo com a introdução alimentar, o leite materno ainda é muito nutritivo!
Inclusive, segundo a Organização Mundial da Saúde, crianças sem aleitamento materno no segundo ano de vida têm duas vezes mais chance de desenvolver quadros graves devido a doenças infecciosas do que as submetidas à amamentação prolongada.
E não é só isso, podemos mencionar também:
- Sistemas imunológicos mais forte, porque ainda tem anticorpos no leite;
- Benefícios metabólicos, garantindo menores riscos de sobrepeso, obesidade, diabetes e hipertensão;
- Vantagens nutricionais, pois o leite materno ainda possui calorias, proteínas, cálcio, vitaminas A, B12 e C;
- Diminuição da mortalidade infantil;
- Proteção contra infecções respiratórias, entre outras;
- Diminuição do risco de alergias;
- Favorece a capacidade cognitiva;
- Melhora o desenvolvimento da cavidade bucal, trazendo benefícios ortodônticos e fonoaudiológicos.
Ainda segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), 500 ml de leite materno supre 95% das necessidades diárias de vitamina C durante o segundo ano de vida, assim como 45% da A, 38% de proteínas e 31% do total de energia para a criança.
Inclusive, os benefícios se estendem para as mamães também:
- Prevenção do câncer de mama (a cada ano de amamentação, o risco cai entre 4,3% a 6%);
- Reduz o risco de hipertensão, de gordura na corrente sanguínea e de doenças cardiovasculares;
- Melhora a saúde mental, por liberar hormônios relacionados ao relaxamento e bem-estar;
- Fortalece o vínculo emocional entre a mãe e o bebê, auxiliando na criação de uma conexão profunda e duradoura.
Desafios da amamentação prolongada
Querendo ou não, o maior desafio da amamentação prolongada é o estigma. Às vezes vindo da própria família, parceiros, amigos e profissionais da saúde.
Como mencionamos antes, esse preconceito pode vir por diversos motivos, desde a visão da amamentação como algo libidinoso, até a mera desinformação.
Esses comentários maldosos e ditos como “preocupação” podem deixar muitas mamães constrangidas, acoadas e sensibilizadas, levando muitas a desistir da decisão.
Por isso, é sempre importante se cercar de pessoas que te ofereçam apoio e conforto.
Existe hora certa para o desmame?
Não. Como foi mencionado algumas vezes durante este artigo, o desmame é uma decisão exclusiva da mãe e do bebê. Ou seja, precisa vir de forma natural e quando ambos concordam com movimento.
Ficou alguma dúvida? Caso, sim, procure profissionais que apoiam e incentivam a amamentação para receber a melhor orientação possível. Aproveite também para conferir nossas peças abaixo e até a próxima!